segunda-feira, 4 de abril de 2011

Formei. Por que não consigo emprego?

Por Augusto Entringer

Muitas pessoas se perguntam por que estão graduadas academicamente, com idade avançada e ainda não conquistaram uma mudança profissional desejada. Essas pessoas talvez não saibam, mas uma maneira simples de se descobrir a resposta é perguntar se o que elas tem feito as leva pelo caminho do crescimento, pessoal e profissional.


Não são poucas as vezes que acompanhamos um conhecido trilhar um caminho árduo e incoerente com suas especulações e expectativas. Percebemos pessoas desejando carros importados, apartamentos de luxo, viagens para o exterior, e grande parte dessas pessoas não consegue mirar um objetivo concreto e seguir um planejamento estratégico que a levará para aquele lugar.

Quantas pessoas nós conhecemos que se formaram e imediatamente ou pouco tempo depois ficaram desempregadas “inexplicavelmente”? Confesso já ter escutado frases como: “O meu curso não valeu de nada, formei e fiquei desempregado.” Ou aquela básica: “Meu filho estudou tanto, é tão inteligente. Não entendo porque até hoje não conseguiu um emprego. O mercado está muito ruim”. Parece revoltante e triste quando não temos conhecimento de todos os fatos. Todavia, conhecendo melhor algumas dessas pessoas podemos fazer uma análise crítica para apurar os reais influenciadores deste fracasso profissional. Existem perguntas que direcionadas a estas pessoas, revelam claramente o que elas não conseguem enxergar, como:

– Quantas vezes você se dispôs a fazer algo além das expectativas que depositaram em você no trabalho? Deu continuidade a esta atitude?

– Quantas vezes você fez a coisa certa sem que ninguém estivesse observando, simplesmente porque você sabia que era o correto?

– Você se dispôs a trabalhar ganhando menos do que você acredita que merece ou vale apenas para mostrar o seu potencial e posteriormente ser recompensado?

– Você teve humildade o suficiente para saber que o diploma não lhe traria o conhecimento absoluto, isentando-o de aprender na prática?

– Por que você pediu demissão da empresa que você trabalhava quando formou? Para procurar um emprego que você merecesse?

– O que o faz pensar que o mesmo emprego que você tinha um mês antes de formar não é o que você merece um mês após a formatura? O que exatamente você está oferecendo a mais?

– São suas atitudes ou seus diplomas que elevam seu potencial profissional, gerando assim sucesso na carreira e na vida financeira?

Se pensarmos bem e conseguirmos ser autocríticos, perceberemos que o erro está nestas pessoas que, por exemplo, trabalham como Agente de Telemarketing durante os quatro anos de seu curso e quando formam, pedem as contas para a empresa porque agora elas são graduadas e merecem um emprego melhor. Essas pessoas acreditam que daquele ponto, elas vão se tornar super executivos, profissional ou que por ter um diploma, todo seu trabalho será visto de uma maneira completamente diferente. Nós sabemos que isso não acontece dessa maneira. Todos precisam enxergar que suas atitudes, suas ações e o nível de comprometimento que têm com as empresas que trabalham e com sua imagem profissional, são os diferenciais que irão levá-los ao sucesso ou não.

Outro dia passei por uma experiência semelhante, estava selecionando profissionais do sexo feminino para o cargo de auxiliar financeiro de uma das empresas que administro e deparei-me com uma mulher recém-formada em Administração de Empresas. A mesma fora indicada porque desde sua formatura encontra-se desempregada e frustrada, aceitando assim participar de um processo seletivo de auxiliar financeiro.

Desenvolveu bem a primeira etapa do processo de seleção que é feito mediante prova escrita onde posso avaliar os conhecimentos direcionados e também parte da personalidade do candidato. No fim da prova, chamei a candidata para entrevista pessoal, onde sua postura foi agradável e seu conhecimento acadêmico estava altamente perceptível pelo desenvolvimento da conversa. Como eu esperava, ela atendia às minhas expectativas para o cargo e devido a isso ofereci a ela a oportunidade. Aproveitei a conversa para contar sobre meu caso, que anos antes também havia entrado neste mesmo cargo, nesta mesma empresa, aceitando inclusive um valor mais baixo do que eu precisava para me sustentar. Contei que em apenas dois meses eu já gerenciava o setor financeiro e que antes de um ano e meio passei a assumir o cargo de Gestor, controlando toda a empresa.
Hora do choque. Para meu espanto, recebi uma resposta negativa à oferta de trabalho e posteriormente, como fora indicação, soube que a mulher estava reclamando que não aceitaria trabalhar como auxiliar financeiro recebendo um valor abaixo da sua categoria já que era uma pessoa graduada. Agora pergunto a você, leitor: Baseada em que experiência anterior, essa profissional se assegura em negar uma oportunidade de trabalhar, aprender e ganhar dinheiro? Que empresa dará um cargo, responsabilidade e salário a alguém que jamais atuou na área, que jamais esteve na liderança de equipes e que principalmente, teme assumir os desafios que lhe são impostos ou oferecidos?

Minha dica para as pessoas é: Comprometer, Dedicar, Suar, Determinar, Focar, Atuar, Aprender, Ensinar, Crescer, PLANEJAR e TRABALHAR. Sempre com humildade. Somente assim seu trabalho será reconhecido e as oportunidades começarão a ficar mais evidentes e numerosas. Se você sabe do seu potencial, não tenha medo se assumir um cargo abaixo do que você esperava, pois tenha a certeza de que se você estava certo, seu trabalho será reconhecido e aí sim você subirá de cargo.



Fonte: O gerente

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Autor Lilian Schineider | Contato lischineider@hotmail.com - almeida.lilian@hotmail.com | @LiSchineider